Diálogo com as Sombras - Hermínio Miranda

Publicado originalmente em 1976, Diálogo com as Sombras é um clássico da literatura espírita e altamente recomendado para quem participa de grupos de desobsessão.

Hermínio Miranda dedicou mais de 50 anos de sua vida ao espiritismo e escreveu cerca de 40 livros. Colaborava ainda com a revista O Reformador e era pesquisador e magnetizador. Desencarnou em 08 de julho de 2013, aos 93 anos.

A forma de escrever do venerável autor era extremamente didática e detalhada, com uma linguagem muito rica e rara de se encontrar hoje em dia.

O livro é dividido em 5 partes, a saber:
  1. Instrumentação - o grupo
  2. As pessoas - encarnados e desencarnados
  3. O campo de trabalho
  4. Técnicas e recursos - a prece, o passe, linguagem, perspectivas
É notório o amor que o Sr. Hermínio nutria pelo seu trabalho e pelos irmãos sofredores; o leitor sentirá seu entusiasmo com o tema em cada palavra, cada linha, cada capítulo.
É desse amor-doação que precisa o doutrinador. Do amor que, segundo o Cristo, devemos sentir com relação aos nossos próprios inimigos. É isto bem verdadeiro, no caso da doutrinação de Espíritos conturbados, porque, ao se apresentarem diante de nós, vêm com a força e a agressividade de inimigos implacáveis. Se respondermos á sua agressividade com a nossa, o trabalho se perde. (pg 82)
A ideia central do livro é nortear os grupos de desobsessão, fornecendo orientações sobre a sua formação, sobre as táticas empregadas ao abordar os espíritos levados para orientação, bem como sugerindo formas de lidar com os próprios componentes desses grupos.

A obra possui 365 páginas e foi lançada pela FEB (Federação Espírita Brasileira).

Trecho
Multidões de seres que aqui viveram inúmeras vezes, como criaturas encarnadas, lá estão à espera de ajuda e, no entanto, são tão poucos os grupos que se dispõem a esse trabalho que tão altos dividendos paga em conhecimento e progresso espiritual.No exercício constante dessa atividade, vemos, cada vez melhor, a solidez inabalável da doutrina que nos legaram os Espíritos, através da lúcida inteligência de Kardec. Crentes ou descrentes, católicos ou protestantes, todos nos vêm confirmar as verdades mestras do Espiritismo: as de que o Espírito sobrevive à morte física, de que reencarna, de que progride e aprende, tanto na carne como no Espaço; de que as leis universais são perfeitas, iniludíveis,mas flexíveis, pois exigem reparação, ao mesmo tempo que fornecem os recursos para o reencontro do Espírito com o seu próprio destino. Nos dramas a que assistimos nas sessões mediúnicas, aprendemos a contemplar a transitoriedade do mal, a amarga decepção do suicida, a crueza do arrependimento daquele que desperdiçou o seu tempo na busca ansiosa das ilusões mundanas, a inutilidade das posições humanas, o ônus terrível da vaidade, a tensa expectativa de um novo mergulho na carne redentora, na qual o Espírito fica, pelo menos, anestesiado nas suas angústias.Lições terríveis ministradas com lágrimas e gritos de desespero por aqueles que assumiram débitos enormes diante da Lei; lições de doce tranqüilidade e de serena humildade dos que já superaram as suas fraquezas e vêm, sem ostentação, apenas para mostrar como é o Espírito daquele que já venceu a si mesmo, na milenar batalha contra as suas próprias deficiências. Muitas e variadas lições, aprendizado extenso e profundo para todos os que desejarem realmente apressar os passos e encurtar a caminhada que leva a Deus. Por que, então, desprezar esse trabalho magnífico que tanta recompensa nos traz e também aos nossos irmãos do outro lado da vida?


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